domingo, 18 de outubro de 2009

ALIÁS, UMA LÁGRIMA.





ó margem das margens, marginaliza-me,
esconde-me do rancor obsoleto de frases
escritas em pedra ôca
dai-me lágrimas, ó margens
lágrimas clandestinas e marginais

porque os homens, entre outras
coisas,
acusam a lágrima de furtar-lhes a natureza masculina,
esse escudo intransferível e baixo...
envergonham-se de expor o brilho
de um instante
com o argumento intolerável de que “homem não chora”

são os mesmos que condenam o
sexo e absorvem a violência doméstica
são os mesmos que investem contra prostitutas desnutridas
são os mesmos que ostentam a bandeira da moral e dos bons costumes
são os mesmos que fazem da guerra o cardápio de suas fomes
são os mesmos que negam a existência d’outras formas de amar

ó lágrimas!
rompam o cordão umbical do medo
afoguem a desgraça das convenções
e tracem em nossos rostos
a estrada que nos faça cruzar a
fronteira
de um mundo feliz.

TEÓFILO LEITE BEVILÁQUA

*

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