sábado, 1 de agosto de 2009

AMOR PLATÔNICO







o que quero me espanta, me expõe
ao ridículo cego de um desejo
e neste quarto escuro, o que vejo
são meras sensações do que se foi

são ritmos de músicas de outrora
são vinte e quatro horas repetidas
são frases que tão mal distribuídas
se cruzam no pretérito e no agora

conto as estrelas do céu de uma boca
escrevo cartas sem pôr o meu nome
e neste quadro o que tenho em troca

é o indiferente amor que não se assume
e que por ser sagrado me coloca
na frágil condição de todo homem.


Teófilo Leite Beviláqua

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TEÓFILO LEITE BEVILÁQUA

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