o que quero me espanta, me expõe
ao ridículo cego de um desejo
e neste quarto escuro, o que vejo
são meras sensações do que se foi
são ritmos de músicas de outrora
são vinte e quatro horas repetidas
são frases que tão mal distribuídas
se cruzam no pretérito e no agora
conto as estrelas do céu de uma boca
escrevo cartas sem pôr o meu nome
e neste quadro o que tenho em troca
é o indiferente amor que não se assume
e que por ser sagrado me coloca
na frágil condição de todo homem.
Teófilo Leite Beviláqua
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Estou à espera das novidades de suas vidas.